VICIADO DE PAIXÃO
Por que me é tão sentida sua constante ausência?
Por que meus olhos procuram-na com tanta ânsia?
Por que minh’alma tão sofredora não perde a esperança
De um dia ter seu amor e viver dias felizes de bonança?
Vivo um antagonismo: de minh’alma, o total servilismo
A você, ou melhor, à sua lembrança, enquanto um abismo
Interpõe-se entre nós, como um claro e evidente realismo!
Sou um viciado, compraz-me amar e não ser amado!
Como pode alguém sofrer tanto e continuar obstinado?
Se sou reconhecido pelo meu bom senso em tudo que faço,
Por que não aceito que você, no amor, é-me mais um fracasso?
Oh, deus tempo, que a tudo apaga, apague de minh’alma
Toda esperança de um dia desfrutar da atenção, do amor
Desta mulher a quem dedico minha vida, meu carinho,...
Melhor aceitar minha sina e seguir sozinho meu caminho.