VICIADO DE PAIXÃO

Por que me é tão sentida sua constante ausência?

Por que meus olhos procuram-na com tanta ânsia?

Por que minh’alma tão sofredora não perde a esperança

De um dia ter seu amor e viver dias felizes de bonança?

Vivo um antagonismo: de minh’alma, o total servilismo

A você, ou melhor, à sua lembrança, enquanto um abismo

Interpõe-se entre nós, como um claro e evidente realismo!

Sou um viciado, compraz-me amar e não ser amado!

Como pode alguém sofrer tanto e continuar obstinado?

Se sou reconhecido pelo meu bom senso em tudo que faço,

Por que não aceito que você, no amor, é-me mais um fracasso?

Oh, deus tempo, que a tudo apaga, apague de minh’alma

Toda esperança de um dia desfrutar da atenção, do amor

Desta mulher a quem dedico minha vida, meu carinho,...

Melhor aceitar minha sina e seguir sozinho meu caminho.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 25/08/2011
Código do texto: T3180684
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