AH! ESTES TEUS LÁBIOS!
AH! ESTES TEUS LÁBIOS!
Quando me deparei como teus lábios,
Cai em tentação perturbadora!
Que somatisou
Uma desexistência de matéria
Para ser pensamento
E com toda volúpia existente
A estes carnudos e cintilantes lábios,
Obelisco do meu desejo sonhador,
Escalava-os lentamente.
Arrebataste
Todos os olhares de admiração,
Sem culpa alguma.
Mundiaste-me silenciosamente
Com teus hipnóticos graúdos
Olhos de misteriosos feitiços
Que acalmou minha’lma
Tão inquieta de reais desilusões
Amargas.
Sobre teus lábios
Semeei olorosos
Ósculos florais
Que com muita porfia
Os regos dia após dia.
Mas o solo fértil de teus lábios
Os acolhe aveludosamente.
Ah! Estes teus lábios!
Que são imensos e polpudos
Tão quanto um poema!
Belém, 10-08-11.
Psar Martins.