A DOÇURA POÉTICA

Mormente quando o poeta finge,

Em sendo ele um galanteador,

Ainda mais sua poesia atinge

A quantos o sabem um fingidor

Pois não é a poesia etérea, abastrata,

E o vate que finge o seu condutor,

Que, manejando palavras revive e mata

Dos olhos a beleza, da alma o clamor?

Não queiram do poeta só o concreto,

O real, o perceptível, mas peito aberto

E coração alçado ao mais sublime espaço

Cobrem dele, sim, apenas e tão somente,

Não ser pragmático, mas assim meio indolente,

Alguém que sonha, enternece e finge.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/08/2011
Código do texto: T3149260
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