CANTO AO LIVRO

Amigo que afago, e abro

como a adentrar as plantações

da minha infância

a mente canta

hino de amor

milagre divino

a viagem é longa, boa viagem

as imagens são ricas

miraculosas

sou muito, me multiplico

louco e são

filho único

e ser de muitos irmãos

tenho culturas, e curas

e curado volto

dos destroços voláteis

envolto em dimensões

sentimentos, desejos

esfrego as mãos

a sentir frio

aquecedor de alma

mundo findo

enquanto renasço

pela luz forte

(deserto infindo)

que passa pelas frestas

da janela,

já é agosto

camisa aberta, o calor sufoca

sinto um calafrio

à beira de um rio

navegável

(mundo novo, pássaro livre)

carne à mesa

frutos do mar

sinais de amor na blusa

sem sutiã

e uma coceira nos dedos

os olhos procuram

(cura divina?)

as palavras correm ao encontro,

sorridentes

aconchego na alma

a ligação é eterna

o sentimento é etéreo

há uma luz fluorescente

quase tenra

instigante, malabarista

e uma pista, caminhos abertos

rios, mares, ar

viagem sem fim

curta

boa viagem!

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 08/08/2011
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