CANTO AO LIVRO
Amigo que afago, e abro
como a adentrar as plantações
da minha infância
a mente canta
hino de amor
milagre divino
a viagem é longa, boa viagem
as imagens são ricas
miraculosas
sou muito, me multiplico
louco e são
filho único
e ser de muitos irmãos
tenho culturas, e curas
e curado volto
dos destroços voláteis
envolto em dimensões
sentimentos, desejos
esfrego as mãos
a sentir frio
aquecedor de alma
mundo findo
enquanto renasço
pela luz forte
(deserto infindo)
que passa pelas frestas
da janela,
já é agosto
camisa aberta, o calor sufoca
sinto um calafrio
à beira de um rio
navegável
(mundo novo, pássaro livre)
carne à mesa
frutos do mar
sinais de amor na blusa
sem sutiã
e uma coceira nos dedos
os olhos procuram
(cura divina?)
as palavras correm ao encontro,
sorridentes
aconchego na alma
a ligação é eterna
o sentimento é etéreo
há uma luz fluorescente
quase tenra
instigante, malabarista
e uma pista, caminhos abertos
rios, mares, ar
viagem sem fim
curta
boa viagem!