Epitáfio(Para Écio Turek)

Pipas no céu; meus olhos te buscam

mas não te acharão.

Só se eu fechá-los, eles te verão, e como dói te ver.

Se tu me vês, como saber? As vezes te sinto

As vezes te chamo, mas não sei se vem.

Como te dizer, para me escutar?

Quando poderei te ver, te abraçar?

Talvez nunca mais, injusto não?

As lágrimas são insistentes sinais

Que vivo nostalgicamente vivendo você, só eu posso viver.

Que tantas saudades são essas,

que tudo que vejo te lembro?

Queria saber o caminho pra encontrar-te

mas há tempos, só silêncio se faz.

Seus lábios não tem mais sorrisos

de seus olhos não escorrem mais lágrimas.

E o som da risada tão mudo, só o vento é quem pode contar.

Suas mãos não empinam mais pipas,

nem embalam canções de ninar.

Toda a sua sabedoria

(o que fez a filhinha amar o saber)

está agora perdida no tempo,

poderá mais alguém te aprender?

Vou pra chuva, quero me molhar

lavar a alma e apagar a memória,

esquecer os meus dias de glória,

que vivi com quem tanto me amou.

Meu herói, meu amigo,

minha força, meu ídolo,

meu espelho, meu orgulho.

Minha alegria de esperar a tardinha

quando vinha com sua roupa militar.

Me abraça...

Te levo comigo mas não é igual.

Onde estarás agora? Será que me lembra?

A falta é constante, contínua demora.

E estaremos longe até meu ultimo suspiro

quando encontrar-te-ei

no paraíso dos que dessa vida

já não fazem parte.

Lyah Turek
Enviado por Lyah Turek em 09/12/2006
Reeditado em 14/06/2009
Código do texto: T313853