Sons do Vento (a um amigo!)

A sala está escura... lembro-me tanto de tudo... sinto tanto as ausências...

Lembro-me ainda de quando vinhas e envolvias meus olhos alheios nas brumas que trazias nos teus...

Contavas-me histórias de livros que eu jamais li... povoaste minha mente de cenários e personagens fictícios... juntos, transformamos em narrativas a crueza de nossa realidade...

meus temores, meus sonhos, minhas paixões viraram palavras que confessei a ti de algum modo, um dia (e quanto alívio me trazias!).

Éramos apenas o vento a passar pelo mundo cantando... éramos o som de nossas vozes em música... éramos o brilho da existência iluminando o tempo por alguns segundos - como as estrelas que explodem...

Sinto falta das tuas histórias; das minhas histórias; das nossas histórias;

Oh, mas não findou, ainda - esse é meu segredo ou mistério: tudo que pulsa em meu ser sobrevive às agruras da separação espaço-temporal - não se extinguem os laços que crio (as raízes profundas de meus sentimentos!)...

Espera, que logo contaremos histórias juntos novamente, logo desafiaremos a vida novamente e seremos inconsistentes como o vento, muito em breve, mon ami...

(Para meu melhor amigo, que está distante de mim mas a quem considero um irmão por escolha, Caio!)

Clarissa de Baumont
Enviado por Clarissa de Baumont em 09/12/2006
Reeditado em 12/03/2009
Código do texto: T313484
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