AO AMIGO POETA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Queria possuir a grandiosidade infinita para a ti desejar toda felicidade do mundo,
E confidenciar-te o amor verdadeiro e admiração que sinto por ti, mesmo sem nunca tê-lo conhecido pessoalmente.
Sem medo de nada ,nem de ninguém.
Sem precisar esconder meus sentimentos abaixo do subterrâneo.
Infelizmente,
Não tive esse privilégio,
Nossos tempos foram distintos.
Nós somos distintos.
Você foi um homem do tempo presente e de homens partidos,
Eu sou um homem do tempo futuro e de homens que se desconhecem.
Tua palavra sempre teve peso enorme nos contatos que mantive com elas.
A cada palavra proferida,
Machucava-me profundamente a alma, o corpo, o meu espírito.
Pois eu me descobria um José,
Itabira lembrava minha cidade natal,
E isso, me lembrava minha saudosa infância.
Tua poesia me fez perder o medo de externar sentimentos belos que habitam meu peito,
Fez-me acreditar na possibilidade de um mundo melhor,
Quando vi a rosa desabrochar por entre o asfalto, naquele cenário de guerra.
Aprendi muito com você.
Aprendi que amar se aprende amando,
Que pode existir impurezas no branco,
Que o amor deve ser natural,
Que amar é verbo intransitivo e que sou apenas um simples ser humano,
Mas carrego comigo o sentimento do mundo,
Porque ôlho sempre meus companheiros..."estão taciturnos e nutrem grandes esperanças".
Assim tenho a certeza de que seu tempo de palavra terminou caro amigo poeta,
mas as suas palavras essas não.
Pois caminharei lado-a-lado com elas,
Assim, você e eu estaremos sempre de mãos dadas.
ALEXANDRO PEREIRA