Zé, Zezinho...com carinho
O Zé acordava cedinho
Pra comprar carne do almoço
“pelancuda” e com osso
Enrolada em jornais.
E depois do cafezinho
Bombeava água do poço
Flexões de apoio ao dorso
Exercícios matinais.
Uma dose de cachaça
Era todo seu revés
Antes do banho a graça
Porque almoçava às dez!
Ele, que pra todos é Zezinho
Que andava arrumadinho
Caminhando apressadinho
É um grande homenzinho.
Mas passou, o mundo girou
O Zé nada viu e nem notou.
Onde foram parar
Suas passadas apressadas
Sua hora sempre exata
Suas rezas, suas cruzadas?
Pois é, José
Ao olhar-te adormecido
Nessa tua indiferença
Meu coração fica doído.
Será se você ainda pensa?
Teu olhar de azul profundo
Mergulhado no teu mundo
É um semblante em paz.
Mas atesto com carinho
Esse Zé, esse Zezinho
É o paizinho, meu pai.