DESTINO DO RIO

Rio que corre...

Almeja o retorno ao Céu

Águas que caíram

Em forma de chuva,

Suave neblina

Doce orvalho

OVÁRIO

Brota da terra

Em continua fonte,

Potente ejaculação de esperma.

SEMPRE DESEJANDO A LUA.

Sempre a gravidade determinando:

Molhar a terra,

Dar de beber

E avolumar o imenso mar.

Retornar, retornar à sublimidade

É a eterna vontade,

Rio que corre.

Rio da vida

Chamado aqui,

No Campo das Vertentes,

Estranhamente

RIO DAS MORTES.

Como todo rio

Conta a história,

Fez e faz

Mesmo estando

Moribundo rio.

Entre tantas,

Luta entre bandeirantes

E os que vieram de fora,

Emboabas.

Esconde outras,

Só os seus mortos

Souberam, levando

Para o fundo de seu leito,

A morte do eterno mistério,

Secreto.

Rio que rola

Mantiqueira abaixo

Ao encontro de seu destino.

Rio que dá vida,

Rio das Mortes,

Rio que agoniza

Com o descuido

Daqueles que ele,

O Rio das Mortes,

Já deu vida.

Rio que de tanto homem fazer

Vai sempre descer,

Como o homem também deseja

Mesmo aos Céus subir.

Brota da terra.

Desce em abundante chuva.

Ser rio que desce,

Ser sepultado

É o destino de todo homem

E de todo rio.

RESSURGIR EM FORMA DE FONTE E CHUVA.

L.L. Bcena, 17/03/2011

POEMA 256 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 24/06/2011
Código do texto: T3054208
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