RECORDAÇÃO

JEANE*

Jeane, Jeane...

Femininamente só Ana.

És italiana?

Teu sobrenome revelava.

Teu nome demonstrava

A francesa fina e educada que em ti mora.

Oui, maidemoiselle.

Ah, que brilho

Na tua face

Aquela blusa azul

Lhe dava.

Os olhos cintilavam.

Se estivéssemos no jardim

A mais bela flor terias sido tu.

Vivíamos na sala de aula

Entre tantos passados e presentes.

Tua voz,

Teu rosto,

Teu corpo

Agora em holografia.

Havia só a caligrafia

Naquela ocasião.

Teu sorriso

E meu imaginário

Em vão.

O meu privilégio

É que ao teu lado

Me assentava.

Só isto!

Só riso de consolo

Meu sortilégio.

*colega do curso de história (1980 – 1983)

L.L. Bcena, 24/01/2011

POEMA 238 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

SÉRIE: REMINISCÊNCIA DA JUVENTUDE.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 16/06/2011
Código do texto: T3038187
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