SERVIDOR PÚBLICO: UM SONHADOR
SERVIDOR PÚBLICO: UM SONHADOR
(Poesia dedicada ao servidor público...
um incompreendido e sofrido trabalhador...
mas ainda assim: um sonhador!)
Nasce da necessidade de alguém para ser o perdedor
Uns poucos surgem do concurso público, em penhor
Outros aparecem de vez em quando... Sim senhor!
Só para assinar o ponto ou se apresentar para o doutor
Estes últimos, no pejorativo e singular: servidor
Aquele que é “funcionário” é sempre um sonhador
Em qualquer ocasião espera ser honrado pelo governador
Se recebe uma gratificaçãozinha vira logo um empreendedor
Monta um boteco de cachaças, as quais ele é o manipulador
Agradando a freguesia e colegas, sem ser falsificador
Coitado! Por ideologia é sempre um gastador
Compra de tudo no fiado: perfume, pamonha... (sem indexador)
Também é supersticioso e um inveterado jogador
Faz lá suas jogatinas e administra sua vida como ganhador
Apesar das peripécias é feliz e um eterno gozador
No seu rosto tem sempre apontado um indicador
Acusando-o de negligente e embromador
Mal sabe seus algozes que ele é um ralador
Na atualidade quase cem por cento é digitador
Restam uns poucos, nas escolas, é o: zelador
Na velhice, ao aposentar passa a ser um rezador
Lá se vão seus dias de folguedos, vem a dor
Na sua honestidade, lamenta ter tido pudor
É esquecido de todos, inclusive por aquele seu vereador
Resta ao desvalido a crença no Salvador
(dezembro/2008)