Dedicatória póstuma
Longe da nojentíssima necrofilica praga
que rasga toda a carne podre do cadáver
é provável que mesmo agora possa haver
o bom espírito de Augusto, livre da chaga
Agora aquela mão não mais te afaga
vejo que é espírito cada parte do ser
pelo própria pele eu pressinto poder
ver que tua mente não cessou a saga
Mesmo estando corporeamente morto
neste chão ácido do cemitério absorto
tua trajetória ainda me inspira
escrevo versos saidos quase da tua mão
tua atmosfera pesada afeta meu pulmão
é quase pelos teus ares que ele respira
*em homenagem à Augusto dos Anjos