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Poema dedicado a Sericita, minha terra natal

Em Sericita vivi alguns anos.

Em Abre Campo talvez nenhum.

Nasci principalmente em Abre Campo

Por isso sou alegre, feliz: de café com leite.

Cinqüenta por cento de leite.

Nas aparições cem por cento de café com leite .

E esse afastamento do que na vida é alvura e alento.

Vem de Sericita essa vontade de amar, que me vitaliza o trabalho,

Vem de Sericita, de suas manhãs doiradas, senhora sem perspectiva.

E essa tradição de amar, que tanto me satisfaz,

Sericita é amável herança.

Trouxe de Sericita adereços para te oferecer:

Réplicas das esculturas do mestre Aleijadinho:

Este resto de lenha desidratada na lareira decorativa, que meu tio cortou:

Este amor-próprio, esta cabeça erguida...

Não tive ouro, nem prata, gado, nem fazendas.

Hoje sou nada além de excelente ser humano.

De Sericita guardo apenas uma foto amarelada na lembrança

Mas como me dilacera o coração!

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 19/11/2006
Reeditado em 21/11/2006
Código do texto: T295448
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