Marcela
Mar-cela, garota faceira como o castanho esverdiado dos seus olhos,
Ela cela o mar, que se entrega, estupefato por não resistir ao seu encanto,
E o sol coitado, sente-se envergonhado por não reluzir o mesmo brilho dela,
A lua então, juntou-se com os outros astros afim de analisar, de decifrar o como e o por quê da sua luz.
Ele é colorido ao extremo como nas primaveras mais floridas,
Ela é quente e úmido como o verão intenso do sul do mundo,
Ela é fechada, impestuosa como o outono,
Ela é Perséfone entregue a Deméter, migra com os ventos do sul em busca do bem-estar.
É o Tum Tum descompassado do coração
É o inflar do pulmão na hora da inspiração,
É o corpo trêmulo e o engolir em seco
É a ternura do pássaro alimentando seu filhote,
É o transpirar frio e medo.
Tem um docinho intrínseco ao seu paladar,
Que se dissolve na mistura do mel e algodão doce do seu beijo.
As manhãs são indiferentes,
a névoa não a encobre,
o sereno não a molha,
os ventos não balançam-na,
Ela é o amor, a emoção,
É o dom, diamante lapidado com perfeição,
é o fim e o começo,
a prata e o ouro,
é o cravo e a canela,
Simples, linda, ela é Marcela.