AS DOMÉSTICAS

São todas muito quistas

Nos lares das famílias honestas.

São todas espertas nas tarefas diárias

Nas horas de lazer, exasperam.

São tantas na minha memória

Desde de criança, muitas contaram-me histórias.

Recordo de uma em particular

A Izaura. Tomava cachaça. Morreu na mistura com Melhoral.

Maria, a predileta de mãezinha, varria que era uma beleza!

Empurrava a sujeira pra debaixo do tapete.

Nice, uma moleca espevitada, cuidava de minha filha Rafa

Era uma menina ainda.

Maria da Guia nos trouxe somente desgosto

Botou nosso pai contra nós, o enfeitiçou.

As domésticas são necessárias

Mas admito, nunca nos demos bem.

Eunice tirou de uma enrascada

Chegou bem na hora que meu ex quis me estrangular.

Quem precisa delas?

São todas tão chatas e incômodas!

Os maridos se dão bem demais com elas

São seus amantes mui amados.

Desejam uma de confiança?

Procurem-nas como agulha no palheiro.

Não as desejo mal

Porque há males que vêm pra bem.

Domésticas, dêem as suas versões

Não fiquem aí com cara de tacho.

O troco meninas!

Não levem pra casa o desaforo.

Então? Que estão esperando?

Façam favor, chegou a hora da desforra.

Nossas secretárias querem mais é curtir o feriado

Assim, se livram das nossas piores rabujices.

Quem cozinha, lava, passa e faxina

Senão elas? Infeliz raça!

Infeliz mesmo!

Lá em casa, quem manda são elas!

No dia que não vêm trabalhar

Não encontro nem o meu pó-compacto.

A minha vida somente volta ao normal

Quando a campainha lá de casa toca às 7:00h em ponto.

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 04/05/2011
Reeditado em 04/05/2011
Código do texto: T2949437