AS DOMÉSTICAS
São todas muito quistas
Nos lares das famílias honestas.
São todas espertas nas tarefas diárias
Nas horas de lazer, exasperam.
São tantas na minha memória
Desde de criança, muitas contaram-me histórias.
Recordo de uma em particular
A Izaura. Tomava cachaça. Morreu na mistura com Melhoral.
Maria, a predileta de mãezinha, varria que era uma beleza!
Empurrava a sujeira pra debaixo do tapete.
Nice, uma moleca espevitada, cuidava de minha filha Rafa
Era uma menina ainda.
Maria da Guia nos trouxe somente desgosto
Botou nosso pai contra nós, o enfeitiçou.
As domésticas são necessárias
Mas admito, nunca nos demos bem.
Eunice tirou de uma enrascada
Chegou bem na hora que meu ex quis me estrangular.
Quem precisa delas?
São todas tão chatas e incômodas!
Os maridos se dão bem demais com elas
São seus amantes mui amados.
Desejam uma de confiança?
Procurem-nas como agulha no palheiro.
Não as desejo mal
Porque há males que vêm pra bem.
Domésticas, dêem as suas versões
Não fiquem aí com cara de tacho.
O troco meninas!
Não levem pra casa o desaforo.
Então? Que estão esperando?
Façam favor, chegou a hora da desforra.
Nossas secretárias querem mais é curtir o feriado
Assim, se livram das nossas piores rabujices.
Quem cozinha, lava, passa e faxina
Senão elas? Infeliz raça!
Infeliz mesmo!
Lá em casa, quem manda são elas!
No dia que não vêm trabalhar
Não encontro nem o meu pó-compacto.
A minha vida somente volta ao normal
Quando a campainha lá de casa toca às 7:00h em ponto.