Ode ao Coveiro

Da morte não há saida

podes ir lutando o dia inteiro

mas quem vencerá esta partida

sempre será o coveiro!

Quão nobre é sua função

alimentar este pobre chão

com o corpo pobre e imundo

e sem os prantos por quem se vai

vários vermes lhe saúdam aba pai

nos ciclos ecológicos do mundo

Lá fora, se rebatem as mais variadas guerras

que gastam o brilhante metal das velhas armarias

enquanto estás aqui a ganhar tudo, todos os dias

soldados morrem, o coveiro vai e os enterra

por isso és o unico vitorioso de toda a terra

Nunca aproveita suas merecidas férias

para sempre alimentar essas bactérias

a civilização microscópica te exulta

E talvez, quando vier a deitar-te no fundo covil

os vermes-filhos reconheceram o teu triste perfil

e demoraram a decompor a tua mente inculta!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 25/04/2011
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2930731
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