Ode ao Coveiro
Da morte não há saida
podes ir lutando o dia inteiro
mas quem vencerá esta partida
sempre será o coveiro!
Quão nobre é sua função
alimentar este pobre chão
com o corpo pobre e imundo
e sem os prantos por quem se vai
vários vermes lhe saúdam aba pai
nos ciclos ecológicos do mundo
Lá fora, se rebatem as mais variadas guerras
que gastam o brilhante metal das velhas armarias
enquanto estás aqui a ganhar tudo, todos os dias
soldados morrem, o coveiro vai e os enterra
por isso és o unico vitorioso de toda a terra
Nunca aproveita suas merecidas férias
para sempre alimentar essas bactérias
a civilização microscópica te exulta
E talvez, quando vier a deitar-te no fundo covil
os vermes-filhos reconheceram o teu triste perfil
e demoraram a decompor a tua mente inculta!