A Donzela e o Violão

Sutilmente ilumina-te a lua

Com um manto etéreo, argênteo

Crustando mil estrelas tão cintilantes

Com inúmeros diamantes

Atados em laços pomposos, nebulosos

As tuas vestias em sedas alvas

Flutuavam em graças,

Pela brisa noturna que soprava,

E modelara as curvas suas sem malícia, em carícias

Passos efervescentes em que seguias

Sobre um tapete verdejante, estonteante

Borboletas em espirais

Teciam cachos belos seu cabelo

Que suaves pendiam em cascatas de chocolates...

E a coruja clamas por ti

Fadas alvoroçadas, entrosadas

Divertidamente abriam as cortinas da noite

Pra uma feérica clareira onde todos esperavam,

Amavam em sinceros delírios, tão amigos

Com mantras de adoração em pura exaltação

E no palco chegas

Meigamente sorrias em leve reverência

Uma agitação levantou o coro em êxtase

Dos Elementais e de outros Seres Fantásticos

E da terra erguiam energias

Em forma de bolhas multicores

Que subiam ébrias

Ao céu tão translucidas como múltiplos louvores...

Ao erguer o dedo

Até os doces lábios de morango

Fez-se um respeitoso silêncio

Então repousou em volta de rosas púrpuras

E firme pegou o violão

Pois ao colo sutilmente

O coração afinou com a alma

E tão graciosa começou

A dedilhar as cordas, ansiosa

Mãos delicadas, meio que aladas

Como quem embalava nuvens

E as cordas como rouxinóis emanavam diversas canções

Ora tristes ora alegres noite adentro

Que encantara com a magia da juventude

Em harmonias siderais e tons livres, sublimes

E as melodias guiavam aos ouvintes em vôos oníricos

Outros flutuavam em enlevos celestes

Cada nota ecoara num entoar delirante, vibrante

Como suspiravas desejos, anseios

Por uma almejada eternidade

E as horas desfilavam aéreas, dionisíacas

Seguindo ao fim da noite brilhante

Tão intensa, imensa em tal consagração

E a última nota soa pra encerar com perfeição

Com rubor na face e um sorriso de agradecimento

Aplausos, aplausos e mais aplausos

Ecoou por toda a floresta

E quando o Sol

Pincelara a terra toda de dourado

Não havia mais vestígios do sarau noturno

Como um sonho evanescente que desfaz com a luz...

* Dedicado a Dhebora Crystynna...

Chronos Sigdhara
Enviado por Chronos Sigdhara em 23/04/2011
Código do texto: T2926356
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