A MEZUZÁ
Beijarei a tua pele luzídia e nua
No limiar de todos os umbrais
Debaixo de todo sol e toda lua,
Pelas palavras tuas e nada mais.
De pé, cismo, parado na soleira,
Meus dedos tocam macio o shin,
Solícito percorro a noite inteira,
Me achego cansado até o fim.
A vida aterroriza tão sombria
Me sinto no peso da orfandade,
O beijo do teu bronze esfria
O estojo contendo a tua verdade.
Carrega o nome da reverência,
Das ordens dadas milenar
Não sei se tem a sobrevivência
A ver com quando eu vou te beijar.
Alguém me dá uma proteção
Mas como todo ser padecerei,
Sou filho, sou de Abraão,
Por isso tenho D´us como meu rei.
As vezes temo alguém te profanar,
Ou tocar-te sem sentido, em vão,
Mas não sou eu que devo preocupar,
Se obedeço é dele a proteção.
Eu entro, toco em ti com beijo,
Se saio, torno a ti doce beijar;
Nos umbrais percebo o lampejo
Do teu bronze a lampejar.
(YEHORAM)
MEZUZÁ= UM ESTOJINHO FIXADO NOS UMBRAIS DAS PORTAS
DOS JUDEUS QUE CONTEM NADA MAIS NADA MENOS QUE OS
TEXTOS DE DEUT. 6