SOB O HIJABE
Estava em invólucro manto
Num cálido dia da semana
A bela jovem Muçulmana
Com olhos de airoso encanto.
As vezes oculta sob o hijabe,
Por temor e zelo de Allah
Um brilho do mel do maná
Nos teus olhos de árabe.
Somente um rosto brilhava
Nada mais ali a vista
A tensão da conquista,
A proibição que gritava.
Suas joias de muitas magias
Como um jardim de acácias
Sérios ângulos das falácias
E o olor de suas especiarias.
Eu vi um anjo, eu vi um almo,
Eu vi magestosa flor do oriente
A sua angústia ali latente
Como lamenta-se num salmo.
Sobre um tapete relvedo
Nas margens do Nilo, alfombra,
Tu descansavas à sombra
E se mantinha em segredo.
Como uma estóica fidalguia,
Aos costumes e a tradição
Se tu me olhavas ou não,
Vi que teu olhar me fugia.
Te vi andar nas louras ruas,
Da ínclita e bela Jerusalém
Se confunde o mal com o bem,
Ouvindo na Porta as duas luas.
(YEHORAM)