PERFUME DE DESESSÊNCIA...

Todos os dias eu encontro deuses.

Humanos deuses desumanos

Sub-humanos deuses de matéria etérea

A exalar diversos perfumes pútridos

De seus empedernidos e intocáveis altares.

Todos os dias eu os encontro,

Os tantos aduladores "deuses de deuses"...

Tão disseminados pelos minados cantos

Dos desencantos!

Ridículos deuses corados de inépcia cintilante

Que sequer se sustentariam néscios deuses

Se somente endeusados de si mesmos.

Todos os dias eu os encontro...e são tantos!

Cada vez mais soberbos de mediocridade.

Mesmo assim eu sigo

Numa quietude vigilante...

Por entre tantos altares de falsos milagres,

A me desinfectar de suas certeiras flechas

-Venenos de desessência!-

Que ofuscam todas as claras luzes.

Dos fictícios deuses do nada,

Todavia deuses,

Da tão contagiante...

Concreta e cáustica escuridão.