Na Mão De Deus

Na mão de Deus, na sua mão direita, Descansou afinal meu coração. Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita. Como as flores mortais, com que se enfeita A ignorância infantil, despôjo vão, Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. Como criança, em lôbrega jornada, Que a mãe leva ao colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente, Selvas, mares, areias do deserto... Dorme o teu sono, coração liberto, Dorme na mão de Deus eternamente!

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Antero de Quental

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 16/04/2011
Código do texto: T2912439
Classificação de conteúdo: seguro