Mors — Amor

Esse negro corcel, cujas passadas Escuto em sonhos, quando a sombra desce, E, passando a galope, me aparece Da noite nas fantásticas estradas, Donde vem ele? Que regiões sagradas E terríveis cruzou, que assim parece Tenebroso e sublime, e lhe estremece Não sei que horror nas crinas agitadas? Um cavaleiro de expressão potente, Formidável, mas plácido, no porte, Vestido de armadura reluzente, Cavalga a fera estranha sem temor: E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!" Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Antero de Quental

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 16/04/2011
Código do texto: T2912437
Classificação de conteúdo: seguro