O Vinho de Hebe

Quando do Olimpo nos festins surgia

Hebe risonha, os deuses majestosos

Os copos estendiam-lhe, ruidosos,

E ela, passando, os copos lhes enchia...

A Mocidade, assim, na rubra orgia

Da vida, alegre e pródiga de gozos,

Passa por nós, e nós também, sequiosos,

Nossa taça estendemos-lhe, vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça

Verte-nos ela, verte-nos e passa...

Passa, e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios

Restam apenas tímidos ressábios,

Como recordações daquele vinho.

Raimundo Correia

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 15/04/2011
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