ÍNDIA MULHER

Ora índia, ora mulher,

Ora o dia nasce feliz,

Ora nasce o que quiser

Ora é dor, cicatriz.

Se a tua magia nata

Sorve o teu soluçar

E de saudade mata

Quando a morte levar.

Morre o silente vento

Para o céu dar lugar

Morre puro pensamento

No alforje a guardar.

O pássaro amigo

Paira em tua cabeça,

A pomba contigo

Que de amor careça.

Índia morena, pequena,

Alma grande, gigante,

Tua tristeza envenana

A boca do teu amante.

Teu falar é doce mel,

Teu olhar é seta,

Teu limite é o céu,

Teu amor é poeta.

Longe de tuas raizes

Como brasa da fogueira,

Mas inda sobrevives

Debaixo da mão fagueira.

Agita os teus chocalhos

Alardeia tua valentia,

Na floresta dos atalhos

Marcados por tua magia!

Sofre sobretudo a guerra,

Sente a dor de mortais

Também és mortal na terra,

Mas não temes os teus ais.

Índia da lenda, da fenda,

Aquela que da obscuridade

Põe-se a se vestir de renda

Feito mulher de verdade.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/04/2011
Reeditado em 05/04/2011
Código do texto: T2891155
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