Miráculas

Miráculas

Marcas profundas mancharam-te a alma e

A maturidade modificou teu ser,

Feito lagarta em metamorfose.

Incrível o produto desta obra: Foi necessária a tal ponto...

Inesperadamente veio o impacto profundo!

Realmente não és o mesmo...

Retrocedo e imagino... risos, lágrimas, sonhos frustrados

E perdidos... Dor de uma vida fugaz,

Pensamentos dividos, moldando-te os sentidos.

Hoje, nem borboleta nem flor... Unicamente, você: lagarto!

Levado pelas circunstâncias, localizou-se diante de si e assim...

Em si, com sensibilidade, mas pouco aparente...

Adaptou-se a um estilo muito

E somente seu, e consigo, e sem egoísmo,

Sem perder a lucidez de ser. Dúbio ser, honesto e mascarado.

Inviolável...Indissociado, racionalizado.

Peculiar, observador, firme, manipulador,

Sequestrador de um momento que é pra ser só teu:

Nem dele, do outro, meu ou seu...

Arredio, para nao se envolver, envolvente,

Curioso, capa-consciente e quase permanente.

Engraçado, pouco inconsequente,

Real-surreal, mítico, místico, profano, cigano,

Frio, o abissal do oceano...

Calculista, imprevisível, miraculoso e peculiar;

Misto: cético e com fé

Mente a quinhentos quilometros na velocidade da luz!

Irrefutavelmente irônico e, por isso,

Risonho, lúdico, absorto...

Consegue ser de si, cuidando do outro...

Unilateral, leal, cuja realidade pouco se expressa, ou não...?

Amigo, amigável, "insondável", agradável...

Simplesmente "indomável":

Miráculas.

Claudia Valeria - 24/03/2011