Pacífico Mar do Japão
Pacífico Mar do Japão
Clamando revoltada das profundezas
De seu seio agitado, a mãe Natureza
Fez de suas lágrimas onda forte
E jogou na existência do oceano
movimento agitado que serpenteou,
no mar até então Pacífico,
E majestosamente esparramou,
Pelas praias, cidades e todos os cantos,
Seus desatinos, seu desequilíbrio
Arrastando nossos erros e enganos
Pondo fim a pseudo harmonia
Do planeta em constante agonia.
Barcos, casas, carros, pessoas,
O tsunami arrastou
E assistindo calados e atônitos
Paralisados, gelados de pânico.
Ficaram os corpos pelas estradas
Vidas repentinamente ceifadas
Momentos súbitos transformaram
AlegrIa em miséria, fome e dor.
As estátuas dos budas sonolentos
Foram partidas e pelos templos
Os sinos dobram em tristes lamentos
Recordando os que foram num só momento.
As cerejeiras murchas e tombadas
Não abrirão seus sorrisos na primavera
Suas flores prematuras foram sepultadas
Pelos antigos montes agora crateras.
Tristes paisagens desta nossa esfera
Tristes passagens por esta terra
Além formam-se línguas de fogo
Para devorar o pobre planeta.
E os pobres entes desorientados
Vagam como loucos alucinados
Sedentos, famintos, descompensados.
E a Terra treme, treme, treme.
A população tenta se consolar
Diante de tamanha transformação
Enquanto o tsunami se arrasta
Pelo Pacífico mar do Japão.