No avesso de Gonçalves Dias ...

Em homenagem ao magnifico Gonçalves Dias, meu conterraneo, tão bem citado pela colega recantista Yara França (coincidentemente minha mãe), é que fiz esse pequeno poema, inspirada no seu poema mais famoso, Canção do Exílio.

Minha terra tem Castelo,

Onde canta, sabe lá!

Sarney, que aqui gorjeia

Também gorjeia até lá!

Nossas ruas têm mais crateras

Nossas paredes mais pinchadores

Nosso esgoto jorra na sargeta

Nosso povo tem mais dores

Em correr, em bando, à noite,

Mais medo encontro eu lá;

Minha terra tem ladrões

De quem corro, até cansar!

Tua terra tem confortos

Que tais não encontro eu cá;

Em chorar – sozinho, à noite

Abandonado foi lá;

Minha terra tem misérias

E muita fome sabe lá.

Não permita que Sarney morra,

Sem que volte até cá;

Sem que desfrute o ódio

Dos que morrem tão já

Sem que aviste a miséria

Que nos deixou a chorar.