Mestre
O homem negro
flutua cinco centímetros
acima do chão;
e desenha tal bailado
que se sabe,
só a ele o voo foi dado.
Bom lhe ver,
da gravidade nos esquecer.
E mostrar sua finura
de nobre cortesão,
nos bailes da ocasião.
O homem negro
invoca Deus, primeiro.
Depois, seu orixá;
e samba,
soberano pachá.
Teatro invulgar
assiste sua cadência.
Sob a benção de uma árvore,
dança o canto
do Brasil sem pranto.
Dança o mágico encanto
(epa babá!)
do Brasil sem quebranto.
Ao Mestre Bira, Presidente do "Cacique de Ramos".