Minha mãe

Oh l‘amour d’une mère ! — amour que nul n’oublie!

V. Hugo.

Da pátria formosa distante e saudoso,

Chorando e gemendo meus cantos de dor,

Eu guardo no peito a imagem querida

Do mais verdadeiro, do mais santo amor:

— Minha Mãe! —

Nas horas caladas das noites d’estio

Sentado sozinho co’a face na mão,

Eu choro e soluço por quem me chamava

— “Oh filho querido do meu coração!” —

— Minha Mãe! —

No berço, pendente dos ramos floridos

Em que eu pequenino feliz dormitava:

Quem é que esse berço com todo o cuidado

Cantando cantigas alegre embalava?

— Minha Mãe! —

De noite, alta noite, quando eu já dormia

Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,

Quem é que meus lábios dormentes roçava,

Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?

— Minha Mãe! —

Feliz o bom filho que pode contente

Na casa paterna de noite e de dia

Sentir as carícias do anjo de amores,

Da estrela brilhante que a vida nos guia!

— Uma Mãe! —

Por isso eu agora na terra do exílio,

Sentado sozinho co’a face na mão,

Suspiro e soluço por quem me chamava:

— “Oh filho querido do meu coração!” —

— Minha Mãe! —

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 15/02/2011
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