ORVALHO DA MANHÃ

Ah essa vida, essa vida,
Incerta, concreta,
De encontros e despedidas,
De janelas abertas,
Para as oportunidades,
Para os sonhos, a liberdade.
Ah essa vida, essa vida,
Elétrica, métrica, poética,
De marcas, rasuras,
De inconstante procura,
Ah essa surreal loucura,
Essas rupturas,
Conjecturas, desigualdade.
Ah essa vida, essa vida,
Misteriosa, maravilhosa,
De rosas, girassóis e ipês,
Vida sonora, também silenciosa,
No rio calmo do seu leito,
Dá-se ao direito,
De ignorar os nossos porquês.
Ah essa vida, essa vida,
Às vezes tão dura,
Às vezes transcendida, sentida,
Em cada batida do coração,
Vida plena oferecida,
Por Deus, autor da criação.
Essa vida de delicadezas,
De gratas surpresas,
Vida refletida,
No olhar de ternura,
De alguém que faz parte,
Da vida da gente,
Na difícil arte de educar,
Com profissionalismo, e precisão,
Sabe a todos cativar,
Alguém que devido ao entanto,
Por enquanto está ausente,
Mas a sua alma não mente,
Está escrito no seu olhar,
Transbordante de emoção,
É dom divino, missão,
Ofício de transformar,
É o orvalho da manhã,
Cristalizado no foco solar,
É você Elisângela, amiga, irmã,
Com seu jeito único de lecionar.
...
Quem sabe um dia você possa voltar?