Ponteiros Parados

(Para Manoel de Barros)

No caminho das formigas,

há um poema inspirado.

Um rio escorre no lápis

entre os dedos lavados.

Sobre flores e fumaça,

ao corpo mínimo e magro,

uma missa celebrada.

Os olhos graúdos e acesos,

mãos de seda agasalham.

Ventos d'oeste sopram

a fina poeira cobrindo

os relógios parados.

Pássaros voam entre as flores,

nuvens brancas e toalhas.

Em círculos, mesas redondas,

cadeiras e bundas quadradas.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 15/01/2011
Código do texto: T2730173
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