Acolhida

E ela acendeu velas,

tão belas melodias

perfumou o ambiente

Incandescente ela tremia

E lentamente, as chamas

eram sombras pela sala.

Aguardava e nem sentia

se ali mesmo ela estava

E então aconteceu

pouco a porta se abriu

e em meio a todo breu

eis que belo Ele surgiu.

E de joelhos ela,

nada mais era, e sorriu

em silêncio, contemplava

junto ao chão, então servil

senhora de si, em oração

nada mais restava então

nada mais era, só escrava

de sua própria condição.

Tocou-lhe a pele gentilmente

Ele a abraçou, a envolveu

devolvendo assim o lugar

a que sempre pertenceu.

E em meio a nós velados

cegos como olhos vendados

contemplou todo torpor

e imóvel, presa em nós

entre tantos, nunca sós

o amor se fez em dor

Marcando o escarlate

no corpo que servia

ante a face avermelhada

pela a pele que escorria

chuva, raio, tempestade

tudo e nada ela sentia.

Extasê tão particular

como um belo ritual

ela sentiu-se então sentir

também tocar, também fluir

a nota, compasso final.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 01/01/2011
Código do texto: T2703706
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