O SONHO
Deitei-me em certo dia
pra tirar uma pestana
e sonhei co'a poesia
do consagrado Quintana.
Bonachão, ele me diz
com toda simplicidade:
"Minha cara aprendiz
não se encha de vaidade.
Escrevi para a estrela,
à coisas novas e às antigas,
ao que a vida revela,
aos corcundas e às formigas.
Era o que dava prazer.
Irreal ou realidade
isto pode me trazer
razão de felicidade.
Quero me lembrar a ventura
do gozo, da tranquilidade
que muita gente procura
não encontrando, em verdade.
Segue o exemplo. E, vivo
em torno de ti, pelos ares
encontrarás o motivo
que nem os meus QUINTANARES!"
Com a nitidez de meu sonho
acordei impressionada.
Agora também componho
ao surgir a madrugada.
A noite, o dia, talvez
na minha imaginaão
rimarei de cada vez
com grande satisfação.
A Quintana agradeço
a lição em prosa e verso,
como aluna eu mereço
viver no teu universo.
Poeta Mário Quintana
és de primeira grandeza.
Cultivarei quotidiana
e sempre esta riqueza.
Teu nome gravado a ouro
numa torre azul marinho,
literário tesouro,
poemas em pergaminho.
És poeta imorredouro.
Foste e sempre serás,
no coração, ancoradouro -
para sempre viverás