O SONHO

Deitei-me em certo dia

pra tirar uma pestana

e sonhei co'a poesia

do consagrado Quintana.

Bonachão, ele me diz

com toda simplicidade:

"Minha cara aprendiz

não se encha de vaidade.

Escrevi para a estrela,

à coisas novas e às antigas,

ao que a vida revela,

aos corcundas e às formigas.

Era o que dava prazer.

Irreal ou realidade

isto pode me trazer

razão de felicidade.

Quero me lembrar a ventura

do gozo, da tranquilidade

que muita gente procura

não encontrando, em verdade.

Segue o exemplo. E, vivo

em torno de ti, pelos ares

encontrarás o motivo

que nem os meus QUINTANARES!"

Com a nitidez de meu sonho

acordei impressionada.

Agora também componho

ao surgir a madrugada.

A noite, o dia, talvez

na minha imaginaão

rimarei de cada vez

com grande satisfação.

A Quintana agradeço

a lição em prosa e verso,

como aluna eu mereço

viver no teu universo.

Poeta Mário Quintana

és de primeira grandeza.

Cultivarei quotidiana

e sempre esta riqueza.

Teu nome gravado a ouro

numa torre azul marinho,

literário tesouro,

poemas em pergaminho.

És poeta imorredouro.

Foste e sempre serás,

no coração, ancoradouro -

para sempre viverás

Marísia Vieira
Enviado por Marísia Vieira em 01/01/2011
Código do texto: T2702873