SAMBISTA MORTO

Deito-me enfim, choro e quero
Beber a água do choro. Sopro da vida
Girassóis, dívidas vencidas, mágoas
Intrigas, principalmente a solidão maligna
Que por tanto tempo me acompanhou.

Quando nasci um anjo esquisito,
Desses que tocam tamborim, ordenou:
Serás Sambista! Cantarás, comporás
Os mais lindos sambas, sons velados
Em glória cantorias todas que um dia, fiz!

Ao canto da mesa sem conseguir cantar
Ouço as vozes dos quem tanto alegrei.
Deito-me enfim! Melodias cansadas
Todas cantadas, por mim.
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 29/12/2010
Reeditado em 29/12/2010
Código do texto: T2698499
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