Palavras e coqueteis
Eu não precisava daquela bebida
Havia dois copos na mesa
Um menos que cheio
Outro nada mais que vazio
Assim como o sopro do tempo
Que desde quilômetros de dias
Só vivia a trazer ventos
De vai-e-vens, tristeza e solidão
Eu sentara ali sozinha
Sobre a companhia de um garçom
Ora ausente, ora sempre ocupado
Só me dava o desgosto
De sua frívola rejeição.
Havia um rapaz ao lado
Que por intermédio do meu atrevimento
Pude compartilhar uma noite
Que obteve um sentido maior
Foi uma imensa alegria
Falar com quem entendia
Que não precisei beber minha agonia
Que brindava uma taça só.
Eu lia e relia aquele momento
Aprendia em cada voz de uma fala escrita
Sobre copos cheios
De assunto e conversação.
Mas por um silêncio oportuno
Convidei-o para dançar
No íntimo do meu ser
E em cada passo da melodia
Em mim música fazia
Cada leitura um descrever
Ao fim do tempo que quebra o silêncio
Me interrompi com os copos no chão
Se fechava aquela noite sem brinde, sem sentido
Só um momento de distração.
¬ Dedicado à Gabriel Ramos