Presente
Quando olhei o teu cândido rosto
Nem queria acreditar em tal beleza.
O teu olhar fez-me vibrar
E caminhei para te abraçar fortemente,
Mas disfarçando a emoção,
Em silêncio, agradeci o que me deste.
A tua alma doce e pura como perfume
Sabia a terra molhada, seiva, sangue da vida,
Exalando um cheiro a maresia e nevoeiro.
Embriagada, senti a plenitude do teu presente,
Enleada nos teus braços, pulsou a vontade
E nossos lábios se encontraram num gesto,
O beijo aprisionou-nos, frémito de paixão.
Sorrindo, dançamos a valsa da esperança,
E, em lágrimas, sem alardes, tu partiste.