Via de regra
Na palha da cana vejo as mãos do lavrador
Carcomidas pelo esforço inaudito de ganhar o pão,
Trabalha que trabalha para aumentar sua produção
A fim de ter um mínimo suficiente com seu labor.
Debaixo de um sol causticante e sem intervalo
Golpeia à direita e à esquerda de cada ponto,
O suor é a magia desse hediondo confronto
Que o rosto estampa sereno e cansado.
Após alguns anos de uma faina alucinante
O corpo exausto decreta concordata,
É o desfecho melancólico de uma luta ingrata
E um retiro justo de repouso a cada instante.
O universo canta louvores ao homem do campo
Numa homenagem surda às mãos que calejaram tanto!
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