Noventa Anos!
Noventa Anos!
(Dedicatória ao meu pai Zeca Muniz, eterno Poeta)
Rua sete de Setembro
Quase no final da rua
Em um casarão branquinho
Lá mora um Senhor franzino
Por nome: Zeca Muniz.
Um jeito dócil e manso
Enquanto cala ensina
Na cadeira de balanço
Procura à fiel caneta
Entre o caderno de escrita
Descreve à vida em faceta.
De olhos negros marcantes
Esse pai Nonagenário
Através de seus Poemas.
Em versos montou hinário
Entre romances e prosas
Combina o sério como hilário.
José de Sousa Albuquerque
Não nasceste no Egito
Mas na pequena Aningas.
Viagens e contratempos
Viver de um sonhador
Caminhaste mata adentro
Volta digno o Pensador.
Noventa anos, Zeca Muniz!
Fizeste de seus reversos, um belo Universo.
Enciclopédia ambulante Deus assim o quis
Cada filho teu, desponta em um verso.
Ao mundo deixas um lindo legado
Diplomado na força da dor; entregaste bem seu recado.
Papai corajoso remando as marés
Batendo à poeira firmando teus pés,
Aurora da vida, viver alongado,
Deus completa as rimas Pai abençoado!
Papai! Resiguinação, querer bem cumprido.
Nonagenário feito um cristal polido.
No meio do caminho havia uma pedra...
Firme o pai saltou
Não se embaraçou
Pra frente ele olhou.
Rompeu seu temor
Recebeu calor
Dos filhos o amor
Bom Navegador.
Autora: Goretti Albuquerque (filha)