O Tom da Vida


Não temos mais o Tom.
É certo que te amo vida,
Em teus braços suspiro.
Tenho medo de partir agora,
Deixar um momento perdido.
Nessa velocidade temível
Que os dias passam,
Senna já deixou para trás
A euforia de correr contra o tempo.
Porque acredito no impossível,
Porque me emociona um cego,
Porque choro por você que voou,
É que seguirei minha jornada.

É na voz do poeta Russo,
É no “canto das sereias”,
É no deboche do Costinha,
É na lua cheia,
É no lamento do cão,
É na indelicadeza de um ‘foguete’,
É no choro do órfão,
Que a vida é misteriosa.

Qual contador de causos foi Carmo?
Qual beleza será infinita?
Qual bondade substituirá Irmã Dulce?
Qual dia será igual ao outro?
Qual menino bom de bola será Dener?

É certo que te amo vida,
E percorro o caminho de volta,
Para onde vai o Sol.

É na criança que foi Otelo,
É por estar aqui desnecessário,
É por rir com Geraldinho,
É que te amo vida.
E durmo no teu colo,
Amando Coralina,
Enaltecendo Câmara,
Sonhando com o amanhã.
Vida abundante. Vida eterna.

                         
egpoesias@hotmail.com
EDIR GONÇALVES
Enviado por EDIR GONÇALVES em 17/11/2010
Reeditado em 07/05/2013
Código do texto: T2620502
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