Novembro
Cheiro de terra molhada
Ventos cortantes
Os pássaros se escondem
Os guarda-chuvas aparecem
As poças se formam
É a chuva de novembro
Que visita meu telhado
Que molha meus sapatos
E me faz espirrar
Mas olhando aqui da vidraça
Ela é bela e cheia de graça
É tão fascinante que me faz viajar
Viajar entre suas gotas violentas
Ao som dos trovões e relâmpagos
Ó doce novembro
Mês de várias estações
Tempo de amores e beijos românticos
Adoro ver o correr desses trinta dias intrigantes
Confesso que sou suspeito por gostar de poetar
Porém manifestar-me parece de bom gosto
Sempre quis marcar o novembro em palavras
Um dia irei pintar a chuva
Ou talvez desenhar o sol
Mas ambos do mês onze
Não canso de contemplar esses dias
Mesmo sem viver um amor
Mesmo sem estar apaixonado
Ainda assim, posso sentir
Sentir a alma coletiva
O amor coletivo
Este que consome meu ser de forma gostosa
Com grande prazer eu sento e aprecio o terno novembro.