Nascida
Os rios desabaram sobre os mares de lágrimas
E uma doce voz ouviu-se no céu da noite:
Um canto como de andorinha, sem cor nem rimas,
Mas que deu sentido às flores do sol poente.
O encanto dos Faunos havia se rompido no deserto
E da noite fez-se o dia em tons de branco e lilás:
Os deuses prostraram-se diante da flor do alento
Com desejo, possuiu-lhe o amor, hoje meu alias.
Caída pela relva dos homens de almas perdidas
A vi tornar-se um adorno ao sumo deus pagão:
Corrompida pelo sangue das Ninfas adormecidas
A vi acordar em meio à febre de Adão.
Oh nascida, amada minha, morres-te tão lindamente.
Que nem pude contemplar a vida, nem de ti o amor:
Queria eu morrer para dar-te lugar a flor poente
Assim seria eu teu castigo, mas a amaria como a flor.
AO ANIVERSSÁRIO DO MEU PRIMEIRO AMOR