Negra poetisa

Negra Graça poetisa,

de santa ira

e doce lira.

Que teu canto voe,

que teu verso ecoe

e que tais sejam

ante a bruta ferocidade,

que não reste sombra de Maldade.

Negra poetisa,

que a luta suaviza

e os contrários harmoniza.

Cante teu Canto,

pois se sabe do teu pranto.

Reviva o Baobá natal

e reconte os mitos,

os ritos,

e os gritos

da África ancestral.

Cá te ouviremos,

pois de lá, todos viemos.

Ave Graça,

da negra alegria!

Que nenhuma mordaça

cale tua valentia

e nem nos roube a tua poesia.

Para Graça, poetisa negra!