EM BRANCO
Supura essa mão que te escreve
Hemografias revelando desejos perfectivos
Tão longe absorvo-me no fruto da criatividade, na inconsciência
Buscando palavras que te perfazem.
As horas vividas descritas
Na tua face que se transforma
Transborda, condescende
Ao som do corpo pontiagudo que te toca.
A arte repousa em ti
Como a inocência pueril
No sono do mais puro ser
Em sua sesta vespertina
Suporta tempéries
Do déspota que te usa
Como refúgio, como válvula.
Calou-se perante minhas tristezas
Depositei em ti minhas mágoas
E o que fiz para ti?
Amassei-te e joguei no lixo...
...
Graças a ti
Escorro minhas dores
E quando estou inane
Tudo pode recomeçar.