Velho Iratiense
Sentado num fim de tarde, o velho
olhava tudo nos braços da saudade,
o sol ao longe se pondo no vazio campo,
entre araucarias se via na distante pouca idade!
Acima de si de braços abertos a senhora imaculada,
que há muito anos a cidade somou a sua paisagem,
não há olhos na passagem que de todos os planos,
pelos anos não guarde, a lembrança da linda imagem!
Abaixo de si velhas artérias da antiga irati,
e sepultados embaixo de tudo os caminhos,
partiram todos os vizinhos, para um lugar mais alto,
onde asas substituem o asfalto, e divinos são os carinhos!
Todas as tardes são assim no olhar cansado de guerra,
entremeio a realidade voltam recortando o pensamento,
como imagens jogadas ao vento, cenas do cotidiano,
e de um outro plano, a saudade vinda no bojo do tempo!
Podem mudar os olhos que viram o que é lembrança,
mas jamais o amor deve sua história esquecer,
o homem tem que sempre rever, o que aos olhos nasceu,
pelo que sua alma viveu, antes do eterno anoitecer!
Malgaxe