O SURDO
Eu vejo os seus sinais, me comunico.
Sigo o meu caminho, avanço pelas ruas,
Mais o que silencia em mim, grita nas pessoas com quem troco olhares.
Penso e reflito,
tudo o que vejo tem o som do movimento que produzo com as mãos.
O que é bom,
tem o som do movimento rápido do abrir dos meus dedos, após tocar o queixo.
O prazer, é o som do roçar de minha mão espalmada, trazida ao peito.
O seu nome ou o meu são expressos com o bailar dos dedos, indicador e médio, selados como um só diante dos nossos olhos.
Os sinais, são minha porta aberta para os outros,
é onde permito que conheçam um pouco do silêncio,
que grita,
canta,
batuca e repica dentro de mim.