Réquiem vermelho

O que será de nós neste vazio?

Silêncio! E só nele, tão sós, calados, cálidos.

Com os passos daquele

Que produzia em memórias uma visão

Noturna, mesmo que sutil.

E só, com seus silêncios da noite

Retumba o sábio já deitado,

Calando nossas bocas

Com um enorme grito de silêncio.

Mastiga e ensina sua filosofia,

Poeta que só ele,

Mestre dos meus pequeninos passos

Dedicados agora nestes singelos versos

Vermelhos fúnebres, Réquiem carmim sutil.

Lembra então daqueles meses no qual me aparava?

Espera-me lá, poeta, depois do arrebol,

Porque estará gravado à ferro teu sangue,

Teus estigmas ao nó de minha carne fresca.

Tua imagem não se desfalece

Nem mesmo perante o tempo:

Majestosa ave das surpresas,

Senhor das cicatrizes.

Esperar-te-ei até o próximo arrebol.

ETERNO!

“Ouço e sigo os passos daquele, cuja voz nunca ouvi,

Mas tenho guardado aqui no peito, em algum local,

As lacunas da sua presença e do seu sorriso”.

[Poesia dedicada em Tributo ao nome de Diego Bersot- LUTO]