Mulher
Mulher, sejas o que se é, no eu, no tu ou no ela
Esqueça do rosto e do corpo de boneca
Contemplemo-nos!
Sem as nossas bocas o batom existiria?
Sem o fulgor de nossos olhos, só paixão bastaria?
Sem nossas manias sem sentido, sentido teria a vida?
Sem nossa espontaneidade desmedida, haveria histeria garantindo emprego à psicanalista?
Mulher, sejas o que se é, no eu, no tu ou no ela
Esqueça o teto como mofo e o pueril choro que te ferve as idéias
Amemo-nos!
Sem nosso tempero alguém desencalharia?
Sem o nosso desespero, ombro amigo se encontraria?
Sem nossa euforia, teria compasso à melodia?
Sem nossas lágrimas, que esperança não morreria?
Sem nossa fineza a rosa de Pixinguinha não murcharia?
Mulher, sejas o que se é, no eu, no tu ou no ela
Esqueça tudo e todos, só não te esqueças.
Sem nossa existência, além de Adão ter mais de uma costela, o mundo perderia a sua obra prima, um pouco defeituosa, sim, mas com certeza a mais bela entre as belas.
Dedico ao gosto que tenho em seu mulher!
A nós!