Eu abortei...

eu abortei....

abortei esse pequeno demônio que morava em mim,

que embora pequeno fosse, causava um grande mal.

eu abortei essa idéia ridícula de que o mundo não é mundo se não tenho você...

abortei do coração, espinhos, que antes inflamados, sempre faziam doer...

eu abortei da alma, todos os espaços que estavam vazios... que me faziam lembrar da sua incapacidade de preenchê-los...

abortei...

abortei...

arranquei fora...

tudo o que me fazia chorar...

todas as lembranças que apenas o tempo, eu o tinha, poderia apagar..

abortei você...

que morto já estava...

e apodrecendo em meu coração...

amargando minha vida...

destruindo o que ainda havia de forte em mim...

eu abortei...

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 14/09/2006
Reeditado em 14/09/2006
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