Acontecências ( Para Clarisse Lispector)

Em fuga, eu vou.

Nas sombras ando

e bebo estrelas.

O poema não fede,

não brilha, não cheira.

Sem eira,sem beira,

não chega nas mãos

que guardam o sol.

Não trago flores,

nem laços de fita.

Trago claridades

e círios perfeitos,

presentes de Clarisse.

Debaixo dos tapetes,

deixo bolachas secas,

delicatesses de GH.

Trago

acontecências de inverno

e o calor da alma peregrina,

a ganhar os céus.

Palavras tingem horizontes

e os versos quase perfeitos

de um poema macio.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 15/07/2010
Reeditado em 15/07/2010
Código do texto: T2378961
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