Acontecências ( Para Clarisse Lispector)
Em fuga, eu vou.
Nas sombras ando
e bebo estrelas.
O poema não fede,
não brilha, não cheira.
Sem eira,sem beira,
não chega nas mãos
que guardam o sol.
Não trago flores,
nem laços de fita.
Trago claridades
e círios perfeitos,
presentes de Clarisse.
Debaixo dos tapetes,
deixo bolachas secas,
delicatesses de GH.
Trago
acontecências de inverno
e o calor da alma peregrina,
a ganhar os céus.
Palavras tingem horizontes
e os versos quase perfeitos
de um poema macio.