Parte I
Perfeito diamante
Por trás da cortina, apenas revejo
Uma triste nuvem de fumaça
Onde o tecido velho se esgaça
Rompendo espaços, num lampejo
“estavas linda...” descansando
Em tua triste sina, adormelinda
Imune aos elogios, rosto macio
Além no exílio, no navio
Dos sonhos, com teu forte capitão
Ao longe, em outros tempos
Nas costas de fogoso alazão
Murmuravas teus doces lamentos.
Por trás das colunas dos séculos
Ainda me entristeço, por tua partida
Dama de madeixas e pestanas douradas
Em esquife velado, estão encerradas.
O frio mármore de tua prisão
Não pode ter congelado teu coração
Liberto da humana condição
Baila feliz, com teu amor de perdição
Procuro nas noites escuras do tempo
Desço pela escanada sinuosa do lento
Passado morto mas não soterrado
Busco a verdade total de teu tormento
Ah! Por ti meu espírito também vela
A chama do amor não se acaba
No silencio de teu repouso na capela
Ela aos tempos eterniza e ultrapassa
Cismo em lembrar teu sorriso doce
Teimo e insisto como se ainda fosse
Possível segurar a mão do rei vilão
Que assinou sua morte, vil ladrão.
Não ouso a ti trazer a baila
Nem sequer mencionar o pobre e forte
Pedro, teu par, teu amor, teu amante
Que sofreu demais, vendo tua sorte
Se hoje puderes estender a vista
Para diante, verás que és triunfante
Nem mesmo o tempo ofuscou
O brilho de vocês dois. Perfeito Diamante
Perfeito diamante
Por trás da cortina, apenas revejo
Uma triste nuvem de fumaça
Onde o tecido velho se esgaça
Rompendo espaços, num lampejo
“estavas linda...” descansando
Em tua triste sina, adormelinda
Imune aos elogios, rosto macio
Além no exílio, no navio
Dos sonhos, com teu forte capitão
Ao longe, em outros tempos
Nas costas de fogoso alazão
Murmuravas teus doces lamentos.
Por trás das colunas dos séculos
Ainda me entristeço, por tua partida
Dama de madeixas e pestanas douradas
Em esquife velado, estão encerradas.
O frio mármore de tua prisão
Não pode ter congelado teu coração
Liberto da humana condição
Baila feliz, com teu amor de perdição
Procuro nas noites escuras do tempo
Desço pela escanada sinuosa do lento
Passado morto mas não soterrado
Busco a verdade total de teu tormento
Ah! Por ti meu espírito também vela
A chama do amor não se acaba
No silencio de teu repouso na capela
Ela aos tempos eterniza e ultrapassa
Cismo em lembrar teu sorriso doce
Teimo e insisto como se ainda fosse
Possível segurar a mão do rei vilão
Que assinou sua morte, vil ladrão.
Não ouso a ti trazer a baila
Nem sequer mencionar o pobre e forte
Pedro, teu par, teu amor, teu amante
Que sofreu demais, vendo tua sorte
Se hoje puderes estender a vista
Para diante, verás que és triunfante
Nem mesmo o tempo ofuscou
O brilho de vocês dois. Perfeito Diamante